4.7.21

Saber quem sou!



O processo de autoconhecimento não é de todo desprovido de dores, de dúvidas e de afastamentos. Somos duma massa específica e queremos, assim que a reconhecemos, viver e respirar no nosso ritmo, sem nada nem ninguém que nos apresse as decisões, ou nos carregue de energias que nos deixam a rodar de incertezas.

Em tempos achei que deveria saber tudo sobre mim, o mais rápido que conseguisse e sem demasiadas variações, mas apenas para perceber que tenho tempo e que a cada dia encontrarei mais um pedaço, saberei interpretar melhor um olhar e conseguirei ouvir-me respirar sem pressões. Sou complexa o bastante para precisar de mais horas, mas acredito que me tornarei suficientemente simples, para mim, para que consiga aligeirar as minhas decisões, beneficiando-me em todas as etapas.

Deixar-mos de lado o convencional, o fácil, sendo apenas reactivos e julgadores, não me move. Abomino quem se isola, num casulo roído e bolorento, mas que se recusa a viver a vida como ela se apresenta no agora, no hoje, nestes instantes que nos pertencem enquanto estamos conscientes e prontos. Afasto-me do que não me serve, não perco tempo a analisar, até à exaustão, o que não me reflecte. Asseguro-me de que apenas estou onde me sinto inteira e de que não faço fretes, porque a minha alma agradece e o meu corpo sossega, permitindo-me estar mais presente e mentalmente disponível.

O processo de triagem dos que estão, os que chegam e os que esbarram em nós, é sério e não deve ser adiado, sob risco de nos deixarmos "pendurados" num limbo de NÃO decisões. O que TEM que ser feito, deve sê-lo de imediato, porque a vida não espera pelos indecisos e por norma esbofeteia-os com violência.

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