26.3.22

Enquanto for eu a escolher...



Enquanto me fui reservando tempo para amadurecer e pensar por mim, mesmo que não afastando as emoções de que sou feita, porque são elas que me ligam ao que escolho pensar, percebi que percebia muito pouco do mundo e de quem comigo o povoava. Não sei, nem pretendo, não integralmente, saber o que move os outros, já que sou movida a amor e é com ele que me propago, ofereço, mas também retiro, no entanto, enquanto pensava e repensava no que me foi cabendo pelo período que o permiti receber, consegui distanciar-me dos que não me completam nem falam a mesma língua, tão somente porque usam uma linguagem que não pretendo descodificar. Deixei de me esforçar, em esforços desnecessários, para justificar os males que carregam, as incapacidades verbais e as mensagens que me chegam de forma difusa e que por isso recebo numa surdez auto-imposta. Enquanto me reservo o direito de apenas reservar a uns quantos o que tenho, uso o tempo em meu benefício e não desisto de ser, hoje ainda, bem melhor do que consegui ontem. Enquanto me conseguiram acusar de cegueira temporária, apenas porque me recusava a ver os que me surgiam de forma difusa, e tão inertes e pequenos que me faziam sentir verdadeiramente gigante, tratei de me enriquecer visualmente e de saber, como acaba por acontecer aos que se armam do bem, que também terei que estar pronta para usar as armas que mais sentido fizerem em cada luta. Enquanto quiseram acreditar que sabiam quem era, escolhendo a forma que supostamente ditava o meu formato, puderam tão somente ver a mulher que escolhi mostrar, mesmo tendo o cuidado de avisar que era uma outra bem diferente. Enquanto julgarem saber mais de mim que eu mesma, nunca terão forma de ficar por demasiado tempo!

Não somos máquinas de pensar, somos máquinas de sentir que pensam. Foi o que aprendi no PLN e me mostrou quem eram os meus matadores de tempo e monstros emocionais e foi por isso que passei a apenas deixar passar uns quantos, muito poucos nos dias que correm, com imensa pena minha, porque na sua pequenez e imaturidade emocionais, vetaram-me à solidão inevitável. Não faço por pertencer, não aos que me deixariam vazia e plena de dúvidas. Não carrego ao colo os que me "pesariam" pelo vazio, porque não existe nada mais pesado do que o NADA. Não me desculpo por já estar "aqui", no único lugar emocional onde posso ser sempre eu, as 24 horas do dia, quem não aguentar...

Enquanto tiver degraus para subir e momentos que me elevem, jamais estarei disposta a descer para que me toquem, porque seguramente que apenas seria no corpo, já que a alma está suficientemente elevada para que o coração anseie por TUDO. Enquanto não encontrar quem me cuide, continuarei a cuidar de manter à distância os que iriam, sem sucesso, apenas tentar.

Esta é a minha melhor definição de maturidade, se não estiveres pronto ou pronta para a entender, não me procures.

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