20.3.22

Não quero um amor assim...


. Quem foi que te endureceu ao ponto de permaneceres uma eterna fugitiva?

. Só fujo do amor, mas estou disponível para tudo o resto.

. Porquê do amor, do que tens medo?

. Das amarras invisíveis, dos cadeados nas pontes, da simbologia que carrega quanto ao sempre, porque    na verdade nada é eterno, mas não me venhas com a teoria das mágoas infligidas por amores mal sucedidos que comigo não colam, nem me representam. Decidi tão somente fugir do que não me permite ter o controlo e de todos quantos anseiam pelo que não tenho forma de dar, não agora e provavelmente que também não lá para a frente. 

"Não quero um amor civilizado, com recibos, ou tempo no sofá. Não quero que regresses no tempo e chegues do mercado com vontade de chorar. Não quero tardes de domingo. Não quero um baloiço no jardim. O que quero, coração cobarde, é que arrisques a tua vida por mim, porque eu morreria contigo se te matasses e matar-me-ia se morresses. Porque o amor não morre, ele mata. Porque amores que matam nunca morrem". (Alejandro Sanz - Contigo).

Quem foi que definiu as regras do amor e armadilhou os caminhos dos que tentam contorná-las, tornando-as mais próximas do que ele deverá ser na verdade? Quem é que nos garantiu, lá muito atrás, num passado que já não se encontra com o presente, que só se poderia chamar amor ao que se parecesse com amor, quando por vezes ele chega sem que se pareça com nada conhecido, mas ainda assim mudando-nos irremediavelmente por dentro? Quem é que ainda tem no amor a razão para estar vivo e sente que nada teria se não o pudesse sentir? Quem é que ainda acredita poder vir a encontrar um amor que não cobre ou defraude a expressão máxima que parece carregar? Quem é que ainda sabe o que é amar, não querendo menos que tudo, mas tendo tudo por se sentir a amar?

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