20.6.22

Quando os corpos se colam...


Alguns corpos recebem o privilégio de se reconhecerem de imediato, não precisando de qualquer ajuste e parecendo saber o que cada um deseja e de que forma ficam prontos assim que o outro se aproxime!

Quando os corpos se colam, depois dos lábios, das bocas e das línguas, passam a ser a extensão um do outro, materializando com o sexo misturado em muito amor, porque apenas assim faz sentido, todo o prazer que antecipavam, antes mesmo de se terem. Fomos concebidos para amar, para sentir, para desejar e ter do nosso lado a pessoa que faz tudo valer a pena. Fomos concebidos para propagar os sentimentos que apenas nós conseguimos e de cada vez que retomamos uma relação, todo o nosso universo se ajusta, tornando os nossos dias "vivíveis" e plenos. Fomos concebidos para saber como dar prazer, tendo-o de igual forma no processo.

Os corpos só se poderão colar, ou deveriam, após algum tempo, após muito conhecimento do outro e de toques reais, com olhares postos nos olhos do outro, mas nem sempre o real é parecido com o imaginário e nem sempre nos conseguimos afastar de quem ainda nem parece ter-nos conseguido tocar. Os corpos têm uma linguagem própria e na maioria das vezes suplantam a razão, largando partículas de emoção que nos deixam a deixar de pensar, querendo apenas sentir. Quando os corpos se conseguem colar, tudo para trás se apaga instantaneamente e sem qualquer esforço. Quando os corpos sabem do que precisam para manterem o resto de nós vivos, acaba sempre por acontecer, quando deveria e com quem teria a fórmula certa para nos salvar.

Mesmo que me esforce por me manter fiel a mim mesma, também sei que serei sempre humana primeiro e que de cada vez que me autorizar a simplesmente sentir e a usufruir, conseguirei levar-me mais uns quantos dias, sem qualquer esforço e com um sorriso que se tornará visível a milhas. É este o poder que o corpo tem sobre tudo o resto!

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