Os amores vão e vêm, tal como algumas dores chegam e instalam mas também conseguem sair se as quisermos deixar ir!
Não te agarres ao que não tens forma de mudar e nunca deixes de ser tu nem por uma boa causa, porque igual aos outros, mais do mesmo, não serve, não preenche e no final tem custos demasiado altos.
Não te afogues agarrando a mão de quem se deixa ir para o fundo, salva-te primeiro. Não cries ilusões e não esperes que te vejam se nunca te souberam olhar.
Desta vez ela soube como se ir embora, sem chorar e sem nunca olhar para trás. Desta vez soube libertar-se dum amor destrutivo, porque nem sequer era o dela. Desta vez conseguiu acreditar no que viu, porque para lá do olhar só estava o vazio.
A lentidão dele contrastou demasiado com a velocidade que já imprimira à sua vida e a duas velocidades diferentes ninguém pedala, não para um lugar que valha a pena. Alguém conseguiu finalmente ensinar-lhe alguma coisa e absorveu bem a lição, usando-a como nunca acreditou ser capaz e por isso foi-se embora e desta vez sem chorar, porque percebeu que os amores não se conseguem impor. Ele sentiu que não adiantaria, porque não estava pronto. Conseguiu segredar-lhe um adeus e ficou inerte, quieto, calado, como fizera sempre, sabendo que seria desta vez. Ela sorriu-lhe com a quietude e a generosidade que sempre conseguem ter os que se reencontram e assumem a sua própria felicidade.
Esta história teve um final feliz, o mesmo que tantas precisam para que não se apague a chama que vem de dentro, porque uma vez morta, não haverá forma de a reacender e porque se estamos vivos temos mesmo que saber viver.
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