É tanto o que fica por dizer, mesmo quando e aparentemente se vai dizendo tudo, porque somos muitas coisas em muitos lugares em simultâneo. Somos faces mais ou menos ocultas, dependendo de quem connosco esbarra e somos a soma de muitas histórias reais, mas igualmente fantasiadas. Levamos décadas de construção emocional e temos coladas a nós outras tantas de desvios, recuos e recusas. É tanto o que esperamos de nós, quando até estamos a ser o bastante, mas tão pouco de cada vez que subtraímos o outro, impedindo-o de nos conhecer.
Gostava de "te" poder sentir comigo sem esforço, sem que as costas se voltassem quando precisasse de "te" ver. Matava por um coração que nunca arrefecesse o meu, que batesse ritmado ou descompassado, mas por mim. Gostava de não ter que te procurar, de já te saber aqui, sem condições, minhas ou tuas, apenas tempos e momentos connosco. Gostava de ver refletidos nos teus olhos os meus, porque me estarias a ver.
É tanto o que fica por dizer quando encurtamos a viagem logo no início, mas com o tempo elas acabarão por se suceder e nelas estarão mais uns quantos, os certos e também os errados, arrancando-nos as que ainda guardamos dentro. É tanto o amor que se desperdiça e já não recupera...
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