14.10.22

Deixaste-me ir por escolha!



Deixaste-me ir por escolha, mesmo que não o tenhas escolhido assim. Precisaste de me mostrar quem eras para que o meu coração secasse de dentro para fora e pudesse mesmo fazer-me partir. Escolheste lembrar-me do quanto nunca poderias ser a minha pessoa certa e foi com ainda mais certezas que nunca mais olhei para trás.

As dores que a mentira provoca demoram a sair, mas o que sai de imediato é a vontade de nunca mais sentir vontade de quem não sabe como receber o amor que temos e demos sem condições, porque o desconhecem. Uns quantos dos que por aqui andam, vão andar vida fora à procura do arco iris, ignorando as cores que já as inundam. 

Deixaste-me ir, não na tua hora certa, mas na que teria que saber usar para me libertar de mim, porque a ti nunca tive. Levei comigo os beijos que te dei, os sons que me saíram de forma genuína e todos os sentimentos que te ofereci e que nunca camuflei, porque serão eles a manter-me pronta para quem já o estiver para mim. Deixaste-me ir e eu aceitei, sentindo-me tão livre quanto o serão os que não usam, não magoam, ou manipulam, esquecendo-se de que algures, neste universo tão vasto e sábio, um dia receberão na mesma proporção, mas com ainda maior intensidade. Deixaste-me ir para que soubesse que a ilusão nunca se transformará em algo real!

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