E se eu pedir desculpa? Não sei se adianta, mas ajuda qualquer coisa, pelo menos deixa perceber que me preocupo, que sei quando magoei e que a minha incapacidade não deverá ser motivo para deixar de usar uma das palavras mais difíceis que conheço.
Não tenho medo de pedir desculpa, mas receio não ter forma de o deixar de fazer, porque mesmo que nunca pretenda magoar, defendo-me ou ataco se for acossada, se me deixarem sem saída, ou se quiserem de mim o que sei de antemão não poder dar. Gostava de poder olhar para os outros e não os ver de imediato, como na realidade são, quem sabe dessa forma não caminharia um pouco mais na tentativa de os incluir. Seguramente que sairia da minha zona de conforto mais vezes e não lhes daria apenas uma chance de mudarem o que me agradou menos. Juro que quero ser mais serena, aceitando as incapacidades que todos temos, uns mais do que outros, mas vou ter que continuar a pedir desculpa, porque não sei abrir mão da minha exigência e porque determinei que ou seria tudo, ou não quereria nada.
Desculpa se não te completo, se não te aceito e se estou um passo à frente do que ainda dizes não saber, quando já sei de tudo, porque sou mulher, tenho sexto sentido, pele que se arrepia perante situações dúbias e caminhos que levam a lugar nenhum. Desculpa por estar sempre em vigília e por arranjar forma de "espreitar" pelas frestas das inúmeras janelas da vida. Desculpa por não ser menos, sendo mais vazia de valores e sem as referências que te retiram da minha tabela de comportamentos. Desculpa por não abrir mão do que me faz feliz. Peço desculpas por mim, mas também sei que vais precisar de te desculpar por não conseguires estar à minha altura!
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