Viagens que me levam nos pensamentos que sempre uso para me saber direcionar. Percursos nos quais recordo muitos outros para os quais fui cheia de esperança, mas voltei esventrada do que eu mesma criara. Idas e vindas numa estrada que passou a ser tão cruel quanto o tempo que a demorava a percorrer. Tormentas em alcatrão mesmo que sem ondas altas. Viagens que fazia para que percebesse até onde seria capaz e ir e a verdade é que fui sempre, mesmo que voltar me trouxesse ao único mundo que tenho. Viagens que muito provavelmente precisei de fazer para saber um pouco mais sobre mim, mas que de bom grado esqueceria se ao menos mo permitisse.
Será que escolhemos, de alguma forma, conscientes ou não, quem decidimos precisar, ou somos apenas peões em jogos sem instruções?
Ir, mesmo que num percurso habitual, nunca mais será igual e vir, olhando para o quanto já "caminhei", passou a saber-me aos sonhos que não consegui pôr em prática, até quando achava que estava a ser e a dar tudo. Transpôr os limites da minha capacidade emocional preparou-me para muito, é nisso que quero acreditar, mas arrancou uns quantos pedaços da alma que desejava ter mantido intacta. Aceitar o inaceitável e ainda assim continuar, insistindo e persistindo, não fez de mim uma mulher mais resiliente, apenas me ajudou a entender o que ainda me falta conquistar.
0 Comentários