11.3.23

Quem sou quando não estou a ser eu?



Há muito que me desencontrei da minha habitual sensatez e discernimentos. Faz algum tempo que deixei de usar o tempo a meu favor, sem me oferecer o poder que me deveria caber inteiramente. Deixei de me recordar dos momentos em que estava apenas eu ao leme do barco que fazia velejar, para onde e como quisesse e há muito que deixei de me querer em primeiro luga. Os custos emocionais revelaram-se demasiado grandes para suportar e a fatura vai ter que ser paga por mim.

Quem sou quando não estou a ser eu?

Provavelmente uma cópia bem fraca dum original que tanto "trabalho" me deu a lapidar. Fui sentindo os avanços no meio dos muitos e inevitáveis recuos, mas de repente, depois de ter escolhido o que não me define, passei a ver de forma turva o que até já era claro. Sei que os processos não poderão ser saltados e que por isso mesmo terei que me testar enquanto testo as melhores opções, mas a burrice emocional envolta num amor sem freio, colocou-me a galopar sem direção definida. Não me perdi, não ainda, mas já estive mais longe de reencontrar a saída que até tinha um sinal em letras garrafais. 

Há muito que entendi que não estou na direção certa, sobretudo porque tudo passou a soar a errado, mas escolhi munir-me duma teimosia pouco eficaz e a ineficácia nos processos relegou-me para o fim da fila. Há muito que pareço ter desistido de mim, mas sei que ainda vou conseguir voltar ao ponto de partida e recomeçar.  

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