Quantas vezes beijaste a boca que te era oferecida com entrega, sem máscaras, ou a mascarar o que já sabias não conseguir dar? Quantos sabores provaste quando sentias não serem os teus e quanto tempo duraram? Quantas saudades sentiste do que era fácil, verdadeiro e que te levava sem recuos?
Nada do que me ensinaram me permitiu aprender sobre a mente humana e a sua capacidade de se desviar do que a perturba. Nunca li, em nenhum livro que pudesse referenciar, o que ser para quem não fosse nada para mim e quem ser quando sentisse que não conseguiriam ser o que me importava. Ninguém me inundou de palavras sobre o amor ou a falta dele, e jamais perguntei pelo que acreditava ser natural e recíproco, até ver a pele queimada por quem me tocou sabendo que não era eu.
Quantas vezes conseguiste camuflar-te do que te deixaria a alma mais escurecida? Quantos amores deixaste passar acreditando que já estavas a ser amada? Quantas viagens ainda planeias fazer depois de te teres impedido de parar, acabando parada pela inevitabilidade?
Tudo o que aprenderes sozinha, mesmo que da pior maneira, vai seguramente mostrar-te o que escolheste ignorar, mas que ainda assim te chegou no formato da lição necessária.
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