Nunca olhes, por demasiado tempo, para quem não te conseguir olhar de volta. Nunca aceites sacos de indiferença disfarçados de amores inexistentes e nunca ouças a mesma desculpa mais do que uma vez.
Sentir que sentia sozinha deixou-me mais solitária e sem vontade de me recolocar no mundo das emoções, mesmo que saiba que algures, num universo tão vasto, exista quem reconheça a minha existência. Saber que sei o suficiente de mim para conseguir aceitar o outro, faz-me ter vontade de ser aceite, mas sem que tenham que existir esforços ou desculpas. Perceber que não poderei ser apenas a pessoa de alguém por a ter escolhido, restaurou-me a paz, mas impeliu-me para o momento em que voltarei a ser tocada, arrepiando-me da forma certa. Querer, bem mais agora, que a boca que a minha beijar não esconda mentiras, mas me passe o que nem a ciência explica, deixa-me de sorriso aberto do deitar ao acordar.
Nunca mais forçarei quem ainda não souber o que faz por aqui. Nunca mais voltarei a dar-me sem receber nada de valioso de volta, porque mesmo sozinha serei e terei sempre o que me basta. Nunca mais voltarei a fingir que não vejo, ou não percebo, porque já tenho dentro tudo o que porá a claro a escuridão que envolve algumas almas. Nunca mais voltarei a ouvir a palavra amo-te sem que a felicidade me envolva com os sabores que tão bem conheço.
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