O preço a pagar por cada uma das escolhas que se faz, sendo mulher, é por norma muito alto!
Já paguei contas que não estavam na lista, mas também já deixei umas quantas por pagar, por indiferença, medo, ou incapacidade. O preço que me pedem, a vida na sua grande maioria, é tão avassalador, que não raras vezes acordo com o pulsar acelerado dum coração que não controlo, mas ainda assim aliando-o à mente que me tem preservado. O preço de saber exatamente o que TENHO que fazere o que NUNCA poderia alguma vez ser feito por mim, quase que me derruba e amiúdes vezes maltrata, mas são essas as minhas escolhas e é com elas que aprendo a viver.
O preço da dor que um amor mal correspondido provoca, é pago em tranches longas e penosas, se não soubermos como as encurtar. O preço de sabores que as nossas bocas recebem, quando estão a receber o NADA que se instala imediatamente após cada um, impede-nos de aceitar o que NÃO deveria, sob nenhuma circunstância, ser aceite. O preço da mentira que cresce e mutila, mas que dificilmente se mantém escondida, afasta-nos da nossa verdade e muda-nos, irremediavelmente, para sempre. O preço de cada SIM, quando sabemos de antemão até onde nos levará, devolve-nos inevitáveis negas, muitas das que acaberemos a sentir na pele, no corpo dolorido e na alma cansada.
O preço de amores que não o são. O preço de idas e vindas sem fim. O preço de lugares que desejamos manter. O preço das coisas que temos e das que almejamos conquistar. O preço dos sentimentos que suforcamos quando somos mães. O preço de saber línguas diferentes e o preço de não as ter aprendido. O preço de ser autónoma e o preço de nunca conquistar o que nos tornaria livres. O preço que nos colocamos e o preço que os outros julgam ter. O preço das escolhas que teremos que continuar a fazer, vida fora. O preço a pagar por sermos nós...
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