Sabes qual é o maior risco que se corre quando o desamor se instala? É o de desistir. Desistir de querer, de precisar e de esperar!
Há uma sensação boa que nos invade quando somos apenas nós, sem demandas que ninguém atende, porque nos atendemos a nós mesmos. Os dias passam a ser gentis com a nossa solidão e cada passo dado em silêncio, mas que já não é ensurdecedor, leva-nos para onde queremos verdadeiramente estar. Os planos são faseados e o tempo passa a correr a um ritmo que poucos interrompem, porque a vida continua a acontecer. Os sorrisos enfeitam-nos os lábios pelos motivos mais incríveis e inexplicáveis, mas também já deixámos de precisar de explicar o que quer que seja,
Sabes o que receava quando e de cada vez que me apercebia da realidade que nem sempre criei, mas que me escolheu, que foi a de ser apenas eu? Que acabasse por me habituar e ainda gostasse. E não é que gosto? Gosto de não ter que me explicar e gosto de já não precisar de nenhuma explicação. Gosto de ser a que determina TUDO o que me serve, mesmo que por vezes, e inevitavelmente, me sirva mal. Gosto de não precisar de gostar de quem nunca se fez "gostável" e de me permitir deixar de gostar de quem não gostou de mim genuinamente. Gosto de exercer o único super-poder que me foi atribuído, o livre arbítrio.
Sabes qual é o maior risco que se corre quando já sabemos quem somos sozinhos? O de já não precisarmos de ninguém, não no que ao amor diz respeito, talvez porque nos passemos a amar ainda mais.
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