Como é que te toco de novo, quando os toques já existiram e levaram tanto a pertencer? De que forma aceito que o olhar que nunca se pousou em mim, agora que consiga ver? Para onde envio todo o amor que fizemos, mas quando apenas eu estava presente? Que nome dou ao que nunca teve nome, mesmo quando me chamou e tantas vezes a minha boca beijou? Que verdade é esta que agora já não avança da mentira, mas que ainda assim me alimentou?
O amor é a tal escolha que alguns se recusam a fazer, porque na verdade precisam cada vez de mais para encher os vazios de que são feitos. O amor não é utópico, nem abstrato, mas tão somente a soma de tudo o que alguém amealhou e partilhou. O amor que nem sempre chega em tempo útil para quem for mais célere a amar, vai deixando vagas que muito poucos conseguirão preencher.
Como é que se aceita quem nos recusou e para onde se atira o que nos foi apenas arremessado? Como é que a pele se volta a arrepiar, após longos períodos de pausa e sem nada que os arrepie de volta?
Talvez um beijo resolva...
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