Já não temos mais palavras, sabemos que nos amamos, que estamos bem juntos, que os nossos corpos se encaixam, que a forma como fazemos amor é única, só nossa, que todo o mundo se acalma quando estamos quietos, olhamos o tecto e nos sentimos, mas não vamos ficar juntos, eu sei e tu, sobretudo tu, sabe-lo também.
O teu primeiro e único casamento, falhou, e ficaste sem vontade de repetir, de voltar a arriscar. Nada nem ninguém te convence do contrário, nem mesmo eu.
A tua carreira é o que te importa, e tudo o resto terá que se encaixar nela. As viagens constantes, as muitas idas pelas quais secretamente anseias, porque te libertam, porque sabes que só assim, lá, onde quer que seja, és totalmente livre.
Nem sequer se colocou a possibilidade de eu te acompanhar, serão sete meses, mas quem sabe...
- Visitas-me, namoramos sobre a Torre Eiffel, olhando o Sena...
Eu sei que não irei, eu não sou assim, planeio, invisto, e contigo não é possível. Será melhor que corte já, que te aceite como és e continue o meu percurso. Também sei que jamais haverá outro "tu", que o meu corpo vai reclamar, e a minha alma entristecer, mas somos ambos assim, diferentes, e queremos o que o outro não sabe, nem consegue dar.
Eu liberto-te, largo-te um sorriso, tão aberto quanto dolorido, mas porque te amo mais do que a mim mesma, deixo-te ir, sem palavras, apenas com o olhar de quem entende!
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