Trago o teu coração no meu, carrego-o não como se fosse apenas mais um, carrego-o, comigo, porque já tive o seu bater acelerado em mim, durante longos meses e durante os quais me habituei a sabe-lo tão próximo, que já conheço de que forma bombeia e como te permite ficar por aqui, sempre perto, dentro do meu!
És o último dos meus filhos, mas para ti nada chegou em último lugar, nada de mim se desgastou de forma a faltar-te. Este meu coração sabe do que precisa para se expandir e incluir 3 filhos ENORMES, tão diferentes, mas tão próximos uns dos outros, que apenas a ideia de os ver juntos, me faz sorrir. És o meu príncipe das terras tranquilas, o meu interlocutor de língua inglesa, respiras inglês tal como o faço eu e é quase sempre assim que comunicamos. Tens no olhar os códigos que já entendo e preciso de muito pouco para te incluir em tudo, continuando a dar-te sem que peças, a fazer-me ver para que te sintas protegido, a ser quem te cuida, mais do que aos teus irmãos, porque herdaste uma separação que nos quebrou os laços, com o lado de lá, com o lado que te faz falta mesmo que digas o contrário.
Eu sei que sou a mãe e o pai para ti, não por escolha nossa, mas ainda assim tenho-me desdobrado em malabarismos para não te sufocar e já não me aninho ao teu lado, partilhando a cama na qual nos enroscávamos ambos, para termos os abraços que os dias nos tendem a roubar. Agora dou-te espaço, procuro criar-te momentos só teus, mesmo que te tenha sempre debaixo de olho e não me iniba perante a tua altura que já ultrapassa em muito a minha. És o meu codé (filho mais novo) e sê-lo-ás sempre, por isso prometo que nunca ficarei demasiado afastada, e que me terás sempre onde te fizer falta, aliás, nem poderá ser de outra forma, afinal carrego o teu coração no meu.
Parabéns meu filho!
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