Terei que ser primeiro eu a não me deixar desiludir, a procurar o que me faz falta, a ir até onde me levar o corpo e a coragem e a tentar, tantas vezes quantas precise, até conseguir. Ninguém estabelece os meus limites, ou sequer define o que preciso de produzir diariamente, quando paro ou arranco, se desisto ou se simplesmente espero que acalme. Resto eu para ser da forma que consigo, sabendo que nada me impede do que tanto me esforço para ter e mesmo sendo uma posição solitária e tendo todos os riscos por minha conta, acabo a saborear um sabor amargo e doce, acompanhado de um misto de alegria emergente, a que me vem porque sou assim, porque sei do que preciso para me auto motivar e de vazio que sempre resta aos que não se misturam o bastante.
Estou TÃO mais tolerante e paciente com os que não têm a minha velocidade, tentando que se mudem, tal como o fiz, para que possam saborear a felicidade que acompanha, inevitavelmente, o crescimento emocional. Já não respiro fundo tantas vezes, contando infinitamente para me sossegar. Já consigo "perder" umas quantas horas com quem parece precisar mais de mim do que eu mesma. Já sei o que tenho que dizer para que as suas vidas se encaixem, para que tenham mais certezas e para que não se parem, seguindo até que os seus momentos cheguem. O que acontece sempre no final dos dias, numa repetição que quase me consome, é o reflexo do que me sobra, olhando para mim e percebendo o que construí para os outros, de que forma os cuidei e fiz acontecer, em simultâneo comigo, mas sempre e apenas eu.
O bom de tudo isto? No final terei a maior certeza de todas, de que sou a que se procura, a que oferece conselhos, as palavras encorajadoras, os abraços, mesmo que à distância e todos poderão continuar a esperar que os espere e que não desista de os acolher. Quem sabe um dia não chegará a minha vez e não terei, com a mesma certeza com que me dou, quem venha para me dar o que já me começa a fazer falta. Ou quem sabe não restarei apenas eu para mim!
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