Olá homem da minha vida,
Não sei onde estás agora nem quem és, mas tenho a certeza que existes, apenas deixei de acreditar que ainda chegues a tempo. Esta carta é obviamente para mim, porque quem não tem forma nem formato não poderá lê-la, mas faz-me bem, é medicinal e terapêutico que continue a acreditar que não reconhecerei apenas alguém de uma outra vida e que nesta ainda existirá quem me possa pertencer.
Sei que "te" impedi de vires até mim durante algum tempo. Sei que me escudei da vida, de amores que poderiam falhar e que me refugiei na minha aparente frieza para rejeitar quem tentou, mas também sei que fiquei pronta e que por isso preciso de quem o esteja. Preciso de quem seja maior que um menino e que não fuja do que nos fará bem. Preciso de um homem. Preciso de ti.
Não sei se o que desejo se tornou impossível e se simplesmente todos os modelos disponíveis estão danificados. Não sei se agora é suposto sermos nós, as mulheres, a resolver tudo o resto, até a falta de amor para podermos ser felizes. Não sei se o que devo aceitar passa por aprender a ficar sozinha, ou se devo continuar à tua espera.
Não baixei a fasquia. Não introduzi novos items, apenas mudei, eu e a minha capacidade de aceitar alguém que me mova de dentro para fora. Não passei a acreditar no Pai Natal, outra vez, mas ainda não estou preparada para desistir de vez e para entregar os pontos ao diabo, ao que se ri à gargalhada de cada vez que uma mulher diz procurar um HOMEM. Já devem estar uns quantos de dedos no ar, mas isso é sempre no início da corrida, porque quando precisam de correr mesmo, acusam um cansaço que já cansa.
Não me vou desviar do motivo desta carta porque ela carrega esperança e não desespero. Vou continuar a querer que o homem da minha vida chegue e saberei quem é quando o vir, digo eu que até sou míope!
Para ti fica a promessa de um abraço apertado mal chegues.
S.A
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