Quais são as dores que ficam? As dores que ficam deixam-nos lições demasiado duras, daquelas que nos fazem questionar tudo o que já construímos, mas que certamente virão com um propósito, resta-nos saber qual. As dores que um filho carrega, de cada vez que o temos que "carregar", o que deverá ser inevitavelmente sempre, levam-nos a perguntar se o que fazemos será mesmo válido, ou se o que escolhemos representar no final de cada etapa representará apenas NADA.
Nunca sabemos se falamos o bastante, se amamos o que lhes chega, se mostramos, com actos o que representam para nós e se seremos os certos, os pais que escolheriam se lhes fosse permitido escolher. Nunca sabemos o que parece chegar para que estar do lado certo chegue. Nunca sabemos se saberemos realmente o que fazer e como. Nunca seremos o bastante! i
Algumas dores, as de alma e que se propagam velozes para um coração que parece não conseguir suportar tudo, transformam-se em dores que ficam e que arriscam deixar a fronteira sem delimitar coisa alguma. Algumas dores não se explicam, apenas se sentem com uma intensidade castigadora, fustigando qual vento gelado o corpo que já desejávamos tranquilo e sanado. Algumas dores nunca serão suportáveis, porque o que sai de nós permanece em nós, até que o que somos deixe de o ser. Algumas dores, como aquelas de que padecem os nossos filhos, poderão deixar num vazio que nunca mais conseguiremos preencher. Algumas dores serão apenas as dores de quem ama alguém bem mais do que a si mesmo...
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