Nunca soube, porque nunca me disseste, que antes de mim estivera quem afinal acabaria por ficar. Nunca soube, porque tiveste medo, ou porque talvez tenhas achado que eu a tiraria da tua mente, arrancando-a do único lugar onde sempre estivera. Nunca soube, não poderia, porque não há como estar no sítio errado, sendo a pessoa menos certa num coração que apenas tem lugar para uma de cada vez.
Não sei se fingias, se te forçavas a querer-me ou se apenas esperavas. Não sei quando me reconheceste e se alguma vez o foste capaz de fazer, mesmo que me tenhas dito, vezes sem conta, que era eu, que me querias e que precisavas de precisar de mim assim. Não sei onde falhei e para que lado olhei, para não estar a olhar para o que deveria ter mesmo visto.
Se mandássemos, cada um de nós, no que queremos realmente, talvez os finais fossem mais felizes e mais fáceis de carregar, antecipando o que só poderia chegar. Se mandássemos, tu e eu, teríamos cruzado outros caminhos, porque o que fiz não bastou e o que me deste acabou por me doer bem mais. Se mandássemos, se pudéssemos mostrar ao outro que somos quem lhe serve, nada do que digo e sinto agora seria o que estou a dizer de forma tão dolorosa.
Nunca soube e talvez nunca saiba se terá sido melhor assim, afinal acabei a ter o que recordar de cada vez que me recordar de ti!
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