Feelme/Sente-me, depois... |
Vais ter que me sentir primeiro, sem me pensar, sem quereres saber do que somos feitos, um e outro, porque certamente seremos da massa que nos envolve e acrescenta, de igual forma.
Sente-me. Aspira-me, usando os teus sentidos. Olha-me, mesmo, sobretudo por dentro e reconhece cada pedaço de gente que me compõe, para que juntos tudo o resto se componha. Toca-me, viciando-te, sem receios, porque eu serei, sempre, o teu vício bom.
Eu sei que queres controlar, o que nos envolve, o que és e o que acreditas que eu seja. Eu sei que esperas dar-me, tudo, o que entendes ser o que eu preciso. Eu sei que todas as tuas partes se envolvem nas minhas, numa entrega a que só têm direito os que se entregam, por inteiro. Eu sei do que sabes tu, sobre mim, de cada vez que o teu sorriso se abre.
Não há como sentir e pensar. Não há como usufruir, quando a carga racional se sobrepões à emocional. Não há como nos deixarmos levar, se pensarmos, demasiado. Por isso sente-me, primeiro, depois, depois logo se vê...
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