O meu processo de cura chega a ser milagroso, talvez porque saiba já onde me tocar e de que forma me restaurar sobretudo de mim. Posso até sentir dor, alguma mágoa momentânea, mas NUNCA sou, em nenhum momento, ingrata ao ponto de afastar bruscamente o que tão bem me chegou a saber!
Tudo, mas mesmo tudo, acontece por alguma razão. Todas as pessoas que se vão cruzando na nossa vida, algumas a parecerem chegar de forma inesperada, já eram de alguma forma esperadas. Todos temos metade de Belas e metade de Monstros, mas apenas porque precisamos de nos defender, e quem não o fizer quando era suposto, verá o corpo e a alma serem irremediavelmente danificados.
Andar por aqui, por este pedaço de mundo com tantos cantos e recantos que não teremos forma de contar, traz-nos ensinamentos duros e mudanças que não desejávamos, roubando-nos o conforto emocional que julgávamos ser nosso.
Nunca sou ingrata, até quando me apetece gritar de raiva perante a incapacidade de me darem o que me parecia ser tão fácil conseguir. Nunca rejeito, para sempre, quem me conduziu para a faixa errada, deixando-me totalmente à mercê dos "choques" que pareço, no primeiro olhar, ser incapaz de impedir, porque me cabe a mim saber quem me pode conduzir. Ingratidão nunca, porque o que me acontecer também terá mão minha. Ingratidão jamais, porque mesmo que tenha tido apenas dois segundos de prazer, serei sempre mais abençoada do que os que não sentem, não esperam, não olham e não acreditam.
Quando fecho os ciclos, torno-me, absurdamente grata e aceito que se algum amor não ficou, então é porque outro o teria que suceder. Quando entendo, sigo em frente e volto a ter o poder que me atribuo, o de cuidar da minha felicidade, porque isso eu faço melhor do que toda a gente.
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