E se de repente um estranho te dissesse exactamente o que estavas a precisar de ouvir?
Em poucos segundos, entre um sorriso e um esgar indefinido, consegui voltar no tempo a uma velocidade incrível e pensar em como este lugar é mesmo estranho e difícil de entender. Porque gastamos tempo e palavras, muitas delas sem qualquer fundamento, com quem não nos mudará nada? Porque não usamos o tal do tempo, para sermos mais fiéis a nós, não generalizando os sentimentos e mantendo-nos por perto de quem vale, mesmo, a pena? Porque fugimos do óbvio e estamos presentes para o que é desconhecido?
Não sei o que se responde a um estranho, porque quem sabe até nem poderá deixar de o ser. Não sei se vou conseguir voltar a ouvir palavras desenhadas, bem pronunciadas, com sons que até me poderiam tocar, mas que muito certamente não significarão nada. Não sei como se convence os outros que tenho razão e que não devo baixar as defesas. Mas querem saber o que sei? Duvidar afinal é mesmo um alerta, um sinal que não se deve ignorar, sob o risco de nunca mais recuperararmos e de passarmos a ver, todos, com os mesmos olhos e certamente que nem o merecem.
E se de repente um estranho parecesse ter-me conseguido ler, arriscando o que muito provávelmente nunca mais poderá repetir, mas assim mesmo fazendo-o, porque sim, porque o entendeu, porque achou que valeria a pena?
Não sei, porque não me lembro, se respondi, mas sei que pelo menos o meu melhor sorriso conseguiu sair, e até que foi genuíno!
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