Qual o mundo novo em que agora vivemos? O que mudou desde que fomos também nós mudando? Porque já não conseguimos encontrar pontos de referência e sentimos que tudo o que era está a deixar de ser? As mudanças são visíveis e todos parecemos queixar-nos constantemente delas, mas a verdade é que também participamos, de uma forma ou de outra, neste processo. O tempo muda, as estações encolhem, os dias aceleram e nós ficamos mais pequenos, mais sós, menos realizados, mesmo com toda a realização que conseguimos. As relações passam a ser menos importantes e o que sentimos até alvo de alguma brincadeira. Se choramos a ver filmes, ou apenas com um abraço vindo de quem nos faz falta, somos lamechas e propensos a mais sofrimento. Se não rodamos, como parecem agora rodar todos, somos obsoletos e não sabemos o que é viver. Se queremos ficar no nosso cantinho, aquele que nos permite sermos mesmo nós, o tempo todo, chamam-nos de bichos-do-mato.
O mundo mudou e muda a cada dia e é bom que saibamos adaptar-nos para não ficarmos para trás. Este parece ser o lema, mas caberá a cada um mudar apenas na proporção que lhe fizer sentido. Em que mundo vivemos agora? Será naquele em que o outro importa muito pouco e apenas o que nos importa passa a importar? Será que perdemos a capacidade de incluir e de manter quem nos chegar, com medo de sermos absorvidos, engolidos e deixados para secar por dentro?
Adaptar, acompanhar, mas resistir a tudo o que não seja como somos nós. Não teremos que "comer" do que comem os outros, podemos mesmo mudar alguma coisa, bastando que nos mudemos, dia a dia. Este é o mundo em que vivo, mas assim como há muito dele que me motiva e melhora, também há muito que não aceito, porque me respeito, porque sou a pessoa mais importante da minha vida e porque lhe exijo mais, muito mais. Mereço, ponto final!
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