Vamos lá fazer um exercício mental daqueles que movimentam a mente e a levam a ver de vários ângulos! Então é assim:
Quando vamos a uma exposição de pintura para ver quadros, não colamos o nariz a qualquer um deles, pelo contrário, tomamos uma distância generosa dos mesmos e analisamos cada ponto, porque a perspectiva é mesmo importante. Agora vamos usar esta analogia e aplicá-la à vida e aos relacionamentos:
. Quando nos "colamos" demasiado a alguém, não vemos as arestas todas, as curvas e as guinadas, as escolhas e as caminhadas.
. Quando nos focamos apenas no que estamos a sentir e permitimos que o nosso corpo se agarre ao do outro nas mesmas posições e cada vez por mais tempo, falhamos ver as imperfeições e mesmo que sintamos os tremores, não entendemos o que os origina.
. Quando nos mantemos a olhar para as palavras escritas e por todas as que foram proferidas, não ouvimos as novas que já chegam com sons distintos e outras exigências.
Tirar o coração do lugar que lhe pertence por algum tempo, impedindo-o de apenas sentir, não é de todo fácil, mas se nos distanciarmos o bastante, tudo se clareia, tudo se mostra como é na realidade e o que era demasiado brilhante e colorido passa a ser monocórdico, nú e crú, sem qualquer embelezamento. Se depois de tudo isto o que tiverem, vos servir, então embarquem, mas conscientes e prontos, verdadeiramente prontos para tudo o que vos espera e que até conseguiram ver.
Vou agora colocar-me a uma distância segura e esperar que vos consiga ver como merecem estar, felizes!
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