Terei certamente muitos dias para sentir pena de mim, mas hoje não, hoje não sou capaz, até porque todas as memórias que me assolam fazem-me sorrir bem mais do que a vontade de me deitar e adormecer, abandonando-me à sensação de erro e de falha. Sou humana, por isso também avalio mal, mesmo que baseada nos dados que recebi e que antecipavam o que me chegou. Hoje não, amanhã, quando acordar, mesmo não sabendo de que forma, porque nada é igual e tanto que já o percebi, amanhã logo vejo se tenho tempo de me lamentar.
Se me deixasse acreditar que não tenho margem para errar. Se me forçasse a aceitar que falho porque estou desatenta, então tirar-me-ia todo o poder que acredito ter, em mim e na minha vida. Por vezes pareço ter o saco lacrimal roto, e choro até sentir que de tanto chorar já me lavei por dentro, mas escolho, quase sempre, ir à luta, arregaçar as mangas emocionais e recomeçar, todas as vezes que precise para aprender ou para ser surpreendida, pela positiva.
Hoje não me apetece pensar que não existe ninguém para mim. Hoje não quero acreditar que acabarei sozinha, porque certamente, algures, nesta vida, terei, para mim, quem queira ser o que sou já, dando-me o que acabará a receber. Hoje escolhi sonhar acordada, sentindo que ainda irei esbarrar em quem me respeite, ao que faço, admirando-me pelo que tenho e que é apenas a mim mesma. Hoje não vou usar palavras negativas, vou rir-me comigo e de mim, vou caminhar solta, livre, não devendo nada a ninguém e sabendo que sou bem mais do que me tentaram fazer e que por isso mereço muito mais do que me acabaram dar.
Hoje não, amanhã logo verei...
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