Em quem pensas, em ti ou em nós? Pensar inclui querer ao outro o que queremos para nós, tudo o que nos deixar melhor e que nos souber aos sabores que nos passam os sentimentos verdadeiros. Pensar em quem se ama terá que ser feito bem antes de pensarmos em nós mesmos. Não conseguir pensar significa apenas que queremos fechar a porta que abrimos, porque mantê-la aberta será demasiado.
Pensas em ti ou em nós quando estás sozinha, a olhar para o nada que criaste quando afastaste quem amavas? Pensas em ti quando te impedes de sentir o que apenas o outro te pode passar? Pensas em ti quando desistes, quando te magoas nas tuas palavras e de cada vez que rasgas mais um pouco o que já começou débil e inseguro?
Quando e enquanto o sono não chega, avalias o que foi passando a uma velocidade que excedeu a tua capacidade de adaptação. Ouves as palavras, sentes os toques, mas somas cada lágrima e foram realmente muitas. Pensas em ti quando percebes quem és e entendes que és assim mesmo, mais fraca, menos intensa e incapaz de querer de outra forma, a que deixaria o teu coração controlar a tua mente. Pensas em ti quando aceitas que não podes mais, que não terás mais e que nunca serás mais. Pensas em ti ao sentires que foste apenas um pequeno palhaço sem graça, a tentar sobreviver num elemento que não é o teu. Pensas em ti porque tens sonhos que precisas de manter, queres realizar cada um e apenas assim encontrarás o teu lugar. Pensas em ti quando te despedes num adeus que carrega um sabor tão amargo, como amarga foi a viagem.
Não sei em quem pensas quando desistes, mas se o fizeste deixaste certamente de pensar, fechaste as mãos, viraste-te e não olhaste para trás. Quando desistes, o que começaste termina!
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