Não me quero apagar...




Não me quero apagar, adormecer ou deixar ir. Quero saber que estou viva, que agrado, que me olham e desejam!

Tenho vindo a deparar-me com pessoas verdadeiramente desesperadas perante o recomeço de novas relações. Com o medo de ficarem sós e de que não voltarem a sentir ao que sabe ser-se gostado. É assustador, mas real. Já li há algum tempo sobre esta realidade em diversas partes do mundo. Estar outra vez sem companheiro após os 40 anos de idade, pode ser um verdadeiro dilema. Mas a verdade é que se complica mais do que se devia e desbarata-se o que é realmente importante. Olhamos mais para a frente, para o futuro que o presente ainda nem sequer cimentou. Desejamos o que nem sabemos como chamar.

O que eu dava para ter a quem ligar, com quem falar acerca de tudo, do que me atormenta ou dá prazer. Gostava de ter sonhos para partilhar, sorrisos de uma face familiar. Eu matava por um abraço apertado, por um beijo demorado, sentido e vivo. Quem me dera poder deitar-me, quieta, numa cama onde não estivesse só e de onde viesse uma respiração compassada. Ter alguém em quem enrolar as pernas, ter com quem acordar de manhã, pronta para mais partilha, cuidado, carinho e muita amizade.


Não me quero apagar, quero continuar viva, acordada e empenhada em ser feliz. Quero amar outra vez até que me doa o coração, mas de amor, de muito amor!

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