Ela já foi tudo para mim. Ela já foi a minha miúda, mas mesmo nessa altura senti que era demasiado, muito desproporcional e assustador. Ela já quase me arrastou para a minha insanidade, mas soube como fugir!
Nem sempre os grandes amores ficam e por vezes são tão grandes que ameaçam engolir-nos. Nem sempre encontramos forma de encaixar quem nos quer demasiado, até quando achamos que conseguimos querer de igual forma. Ela já foi a minha primeira escolha. Queria estar onde estivesse e levá-la para onde mais ninguém a pudesse roubar de mim. Ela era a quem dava a mão e apertava com firmeza. Ela era quem tinha ao adormecer e a primeira pessoa que via ao acordar. Ela já foi a minha miúda, mas não a consegui manter, tive demasiado e não era exactamente isso que precisava.
Não me quero dividir. Não me apetece incluí-la sempre. Não tenho apenas um espaço, quero outros, quero ter-me outra vez, a mim e ao controlo da minha vida. Não sei se me arrependerei um dia, talvez nem chegue a acontecer, sou homem, não sonho com demasiado. Sou homem, não espero pela lua, o sol basta-me quando me aquece e a chuva nunca me perturba. Não quero querer demasiado, mesmo que já a tenha querido muito. Se lho disse, assim? Não, nunca seria capaz de o fazer, sou demasiado cobarde para explicar o que nunca teria forma de entender.
Ela era a minha miúda, mas terei outra e outra e mais . Sou eu no comando e assim permanecerei até que a vida me pare. Estou errado? Talvez, mas para já não me quero perder em quem já me perdeu. Não estou porque nunca estive. Não fui porque não sabia ser. Simples!
Sem comentários:
Enviar um comentário