19.10.16

Lamento que não sejas!




Lamento que não sejas e que não estejas no mesmo formato. Lamento não conseguires dar-me como preciso e quero. Lamento não te ter e saber que não serás mais do que foste antes e que não virás, Lamento que não sejas, mas deixou de me bastar!

Querer-te, assim, tanto, esperar-te, ver-te, sentir o que és, mas não tens como passar, fez-me baixar os braços, olhar em frente e seguir.

Lamento que não estejas, hoje, tal como não estiveste ontem. Lamento que não sejas ainda tu, que não me pertenças e que não me reconheças.

Não vou lutar, não quero, só o faria se me tivesses olhado e visto. Quando percebi que não te mudava nada, que a minha presença não te compunha o futuro, deixei que seguisses e que  deixasses de estar no meu presente. O que tens para mim não é o bastante. Se eu o soubesse antes, se te tivesse entendido, lido, não estaria agora a lamentar que o teu suficiente não me chegue. 

Dizem que temos que viver, que passar por pontes sem água por baixo e em lugares remotos. Dizem que atraímos quem precisamos no momento, para que nos ensinem percursos que não considerámos antes. Dizem que o sofrimento faz crescer e que nos alargam os horizontes. Pronto, que seja. Não vou sequer dar-me ao trabalho de pensar de forma diferente, já gastei demasiado do meu tempo a tentar aprender alguma coisa, por isso espero mesmo que o tenha feito.

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