Acho que conseguiste deixar-me mais tranquila, menos receosa de me estar a movimentar demasiado depressa, por isso vou parar de tentar explicar o que talvez nunca chegue a perceber. Vou caminhar em vez de correr, porque a minha rapidez de raciocínio poderá trair-me e levar-me onde não é suposto.
Queres que te confesse uma coisa? Gostar de ti é muito fácil, porque és especial, tens conteúdo, envolves e fazes-me sentir importante. Pronto, estou a acelerar, outra vez. Perdoa esta minha forma de pôr intensidade em tudo o que importa. O querer sentir da única forma que me pode preencher, é o que procuro já faz algum tempo e não tenho como me contentar com menos.
Não existe nada, neste mundo ou em qualquer outro, que nos forneça as forças e as energias que resolvem qualquer problema, qualquer dor de corpo ou de alma, qualquer perda, do que saber que temos quem nos tem e que somos tanto quanto alguém o é para nós.
Acho que conseguiste que percebesse que posso receber muito antes de ter dado e que não preciso de lutar para te ter, porque isso não seria natural. Segundo tu mesmo disseste, quando alguém nos entra no coração e se nos cola à pele, tudo o resto a fazer é apenas uma inevitabilidade. É inevitável que queiramos estar ao lado de quem amamos. É inevitável que os dias prossigam na mesma direcção, colocando-nos onde está a única pessoa que passa a importar. É inevitável que acordemos de sorriso nos lábios, porque os iremos preencher com a boca que fala o que gostamos de ouvir e beija como mais ninguém consegue. É inevitável que não sejamos capazes de funcionar se não soubermos que o caminho será comum, atingível e para sempre.
Acho que conseguiste que entendesse esta pequena equação e que parasse de recear quem afinal nunca desistiu de mim. Acho que conseguiste que me sentisse a cuidada, a que recebe e a que tem. Acho que conseguiste que aceitasse que podes ser o homem que ficará, realmente, comigo!
Sem comentários:
Enviar um comentário