Lamento, mas não consigo entender, não agora, talvez mais tarde quando já for totalmente velha e decrépita. Não entendo porque ser outra pessoa e fingir que sentimos algo, apenas para não acabarmos sozinhas, é mais deprimente e mais triste do que nunca ter tido um orgasmo. Verdadeiro, bem entendido!
Podemos ser apenas nós em alguns períodos da vida, rodeadas de amigas, de filhos, de cães ou de gatos, não precisa de ser forçosamente com um homem. A vida prossegue e tem sentido também de forma igualmente intensa, acreditem. Fingir para não magoar, até posso entender, mas também só poderá funcionar por um período não muito longo e no final os estragos serão bem maiores. Não sou totalmente isenta de culpa, porque já usei de algum fingimento durante o tempo que me foi humanamente possível. Não voltaria a fazê-lo, prefiro ser nua e crua, áspera e azeda, mas sempre eu e até sei que assim gostam bem mais de mim.
Fingir para que os problemas sejam mais pequenos, apenas o serão aparentemente.
Fingir para não dar respostas necessárias e honestas. Fingir para parecer melhor, mais forte e em controlo. Fingir para parecer em vez de ser, porque já não se sabe viver sem a máscara.
São inúmeras as razões e as desculpas para o fazerem também, mas cada um saberá de si e de que forma quer passar pela vida. Alguns escolhem simplesmente não a viver, sobrevivendo aos revezes e nunca esperando, realmente, por mais. Outros, e nesses incluo-me eu, optam por NUNCA fingir nada, saboreando até o que não tiver o melhor dos sabores, mas pelo menos sabendo como os avaliar. Alguns escolhem MESMO viver!
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