Existem vícios bons, os que não envolvem químicos, álcool ou loucuras no geral. Existem vícios que passam pela partilha de palavras, de sons e imagens. Desejos e vícios em que dou o meu corpo que não podem tocar, nem ver, mas que conseguem antever e imaginar.
Hoje um dos meus vícios é escrever, o que faço compulsivamente, como que para expurgar a alma, limpando-me do karma que me acompanha, se é que ele existe. Escrever é o que necessito sempre de fazer, aqui, agora, hoje e todos os dias. Quando escrevo partilho sentimentos, mudo alguns mundos e aproximo outros tantos. É desta forma que viajo por diversos continentes, mesmo que apenas da minha cadeira, batendo furiosamente nas teclas do meu computador. Quero que as minhas palavras signifiquem algo, digam coisas, pequenas, grandes, importantes, supérfluas, minhas e vossas e que não permitam silêncios, porque esses sim é que nos desgastam.
Vícios que não nos corrompem nem maltratam. Vícios que nos deixam a sensação de trabalho bem feito. Vícios que conseguem alimentar o coração e a alma. Vícios que nos permitem continuar a sonhar, mesmo que a vida, por vezes, possa roçar o pesadelo. Vícios que nos trazem pessoas novas e que nos levantam do chão.
Existem vícios que devemos mesmo continuar a manter em nós!
Sem comentários:
Enviar um comentário