Feelme/A ti!Tema:Cartas! Imagem retirada da internet |
Olá a ti,
Tens vindo a pedir-me uma carta, escrita com todas as palavras que tão bem pareço saber usar, porque dizes precisar de dar um nome ao que estamos a partilhar, por tudo isso aqui vai ela!
Existem milhões de teorias sobre o amor, sobre os comportamentos quando se ama e sobre o que deveremos ser e como, para o outro. Temos, diariamente, sugestões e conselhos sobre como amar e do que abdicar, mas na verdade não existem manuais, nem situações mais certas ou erradas. O que deverá existir em todo o processo, é um amor bilateral. Amar alguém implica ser amado, de preferência na mesma proporção. Também se aprende a amar. Também se aprende a respeitar e a querer o melhor para quem nos deixará bem melhor do que já somos. Amar alguém é saber até onde estamos dispostos a ir, mas como tudo o resto na vida, existe bom senso, existe o desejo de ter sucesso e sobretudo existe a enorme vontade de acertar.
Eu não finjo saber mais do que sei já. Eu não me passo por quem não sou, nem me esforço em vão. Tudo o que me constrói passa para quem aprendeu a amar-me. Eu não uso, nem magoo deliberadamente, porque não sei odiar, nem querer mal. Quando não amo arrumo, de forma suave e agradecida, quem chegou até mim. Eu jamais direi algo que não sinta e certamente que agora, muito mais do que antes, jamais usarei as palavras para diminuir ou apagar. O que desejo para mim é projectado no outro, O que me faz feliz, faz-me querer, quem amo, feliz. O que me alimenta é todo o amor e prazer que passo a quem se alimenta de mim. Não sei mais do que tu e certamente que não serei mais bem-sucedida. Não tenho mais, nem pretendo ser melhor, apenas a tua pessoa certa, aquela de quem não abdicarás e a quem não virarás as costas se eu for, realmente, importante.
A ti que buscas respostas, posso dar-te umas quantas, mas as que se aplicam a mim não terão que ver com o que vives agora. Sê paciente. Empenha-te e mostra, mesmo, o que estás disposto a ser e a fazer. Sê tu em todo o processo e não tentes, em nenhum momento, prometer-me o que nunca serás capaz de fazer. Não desistas de mim se achares que dessa forma não estarás a desistir de ti. Eu não procuro uma versão masculina de mim. Não procuro, nem preciso, de um modelo que tenha criado mentalmente. Não procuro quem não existe. Quero alguém real, forte e determinado até nas fraquezas e nos medos que o amor inflige. Quero tudo em alguém, mas mesmo tudo, porque também eu sou capaz de o ser. Não me contento com menos nem com pouco, porque posso e porque sei como viver comigo se não resultar.
A ti que desesperas com a vontade de acertar e de fazer o que preciso, começa por acertar contigo. Começa por te perguntar o que consegues fazer e só depois deverás iniciar a viagem!
Espero ter ajudado, não assustando mais do que o necessário. Espero que nunca me vejas como sendo demais, porque eu sou e serei sempre apenas uma mulher e comigo carrego os mesmos desejos que todas as outras.
Esta carta foi para ti, tal como pediste, por isso usa-a bem e quando me responderes, é bom que já saibas o que pretendes fazer de ti, para que eu acredite no que poderemos fazer de nós.
Esta foi de mim e comigo toda,
Sue
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