Está oficialmente definido que sair de ti, olhando para trás quando te vais, é demasiado doloroso. Tudo é muito mais difícil de suportar se não estamos juntos. Os medos agigantam-se sem que os consigamos controlar. Medo de nos perdermos. Medo de não nos conseguirmos sentir. Medo de não podermos ter no olhar os olhares que nos amaciam até a pele.
Fingimos sempre muito bem e até conseguimos sorrir para tranquilizar o outro, mas quase que vou jurar que sozinho, ao longo da tua viagem de volta, pensas mil e uma vezes no depois e se ele existirá mesmo. Adormecer sem ti, depois de ter dormido contigo, deixa que o frio se instale e não consigo aquecer-me por dentro, por mais que me tranquilize. Queria que fosse sempre, todas as noites e a cada uma das que nos liga um pouco mais, porque falamos sobre nós e calamo-nos para nos conseguirmos sentir.
Já são tantos os lugares por onde passámos, mas ainda não existe o nosso, aquele de onde não teremos que voltar a sair. Já foram alguns momentos que tentámos reter, no tempo que nunca sossega, e nunca parecem bastar. Já tive tanto de ti, mas quero bem mais, porque estou pronta para te encher do que já sonho e visualizo. Já gosto demasiado de ti para suportar a distância que nos vai desgastando. Já quase que me desgasto por continuar sem saber.
Amar é realmente o exercício mais complexo e desgastante que conheço, mas vou continuar a tentar armazenar as energias que me levarão até a ti, sempre que me chamares, esperando que nunca deixes de o fazer...
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