Exige-se alguma consistência na forma como encaramos a vida e as pessoas que nos rodeiam, mas a adaptabilidade, a capacidade de alterar o que não está certo, o que não nos deixa felizes o bastante para continuarmos, torna-se ainda mais premente e funciona como o nosso salva vidas emocional.
Tanto que já mudei, desde que me entendo por pessoa. Tantas viragens, voltas e reviravoltas, ajustes de rota que me permiti, adaptando-me para não morrer e continuando com medo de ficar estagnada para sempre.Tanto que cresci como pessoa, e vi crescer os outros, tentando ser uma pessoa melhor, mais atenta, mais disponível, mas não me roubando o que preciso para continuar a ser a que faz falta, a que faz a diferença, a que consegue mudar pequenos nadas, no imenso mar de vida e experiências de que somos feitos.
Mudar é bom, fornece-nos energias acrescidas, retempera-nos a alma, empurra-nos de mansinho, e permite-nos sorrir sempre que olhamos para trás. Eu que mudo até os móveis de lugar, para que tenha o novo de cada vez que preciso, sei que vou continuar a mudar-me, por dentro e por fora, sempre que sinta necessidade, sempre e de cada vez que a minha mudança me traga muito mais do que tiver então, sempre que o medo ameace instalar-se e eu o mande mudar de lugar.
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