Tudo o que não cuidas, vai-se, esvai-se e perde-se, inevitavelmente. O que sentes e a forma como sentes quem está contigo, deve ser posta em palavras, em gestos generosos e em tempos que apenas o tempo juntos poderá consolidar.
Até os bons momentos passam e com eles passa a vontade de voltar atrás, de reparar ou de entender. Se te distrais demasiadas vezes. Se adias, porque adiar te confere tempo. Se escolhes outras escolhas mais confortáveis e seguras, então aceitas que viver é morno, quieto e previsível. Até os bons momentos passam e quando eles passarem, podes até olhá-los, por cima do ombro, mas dificilmente os terás de frente. Porquê? Simples. O outro também tem timings, desejos e planos. O outro, aquele que puseste em espera, acabará eventualmente por se cansar. O outro que gastou das suas energias à espera de parar de esperar, decidiu olhar numa outra direcção, mudar as direcções e encontrar quem pedia para ser encontrado. O outro não é estático, nem seguro o bastante, o tempo todo, para se manter tranquilo numa espera desesperante.
Viver não tem que ser uma velocidade furiosa, mas tem que ser saboreada quando mastigada. Viver está para além do que controlas, mesmo que te vás controlando, ineficazmente, achando que se controlares, não perdes. Viver é um risco diário e a não garantia de sucesso. Mas viver também é muito mais do que já provaste e por isso deve ser intensificado a cada dentada.
Até os bons momentos passam e quando passarem, passaste tu também, para o fim da fila!
Sem comentários:
Enviar um comentário