Ainda te lembras de como eras, quando eras apenas tu, sem planear mais nada que não o que passava por ti? Será que consegues regressar, tão lá atrás, que vejas quem eras realmente, antes de seres quem todos vêem agora? Tens, alguma parte de ti, sobrou algum resto de pele, toque, inocência ou desalinho, que o tempo não tivesse morto? Ainda te lembras de onde querias ir e ser, mas tu mesmo, sem o que esperavam os que te empurraram, inevitavelmente, para o que acabaste a escolher?
Já desististe? Já abandonaste a viagem ao desconhecido, mas que te saberia pela vida, a que não foste capaz de perseguir? Já arrumaste os sapatos e calçaste o que nem os pés de aquece? Já te conseguiste matar, vivo, enquanto morres dia-após-dia, sem saber o que te prende? Já te ouves, ou nem sequer falas contigo? Já encontraste a quem culpar pela culpa que te cabe?
Não sei do que ainda te lembras, mas se queres que seja algo para manter, sem te esqueceres de ti, só tens que te esforçar...
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