Vieste, mas demorou, como demora sempre para quem não tem certezas. Levaste o teu tempo a cruzar-te com o meu e ainda não sei o que vamos ter, ou viver!
Tenho bem presente as tuas dúvidas quando te falei do meu passado, de tudo o que ameaçava o presente que queria construir contigo e que te fez fugir uns quantos dias, para pesares o impacto de toda a informação. Tenho bem presente que foi doloroso e te deixou umas quantas dúvidas. Então embora lá fazer o exercício ao contrário. Tantos medos em redor do que fiz antes de ti. Antes de te ver. Antes de achar que serias o homem que me serviria. Tantos medos infundados, porque o outro não me interessava, apenas perturbava o caminho que decidira percorrer. Tantos medos sem pele, sem toque e sem traição... O que posso sentir agora? De que forma vou tirar de mim o que injectaste, com um líquido frio e cortante? Como posso continuar a olhar-te da mesma forma?
O que sei, agora e depois de te ouvir contar quem encontraste e de que forma, é que afinal não sentias como eu. Sei que continuas perdido e sem porto à vista. Sei que pode voltar a acontecer, porque a tua insegurança, tudo o que trazes do passado que não partilhas, te vai pôr a jeito. Sei que gosto demasiado de mim, para me desrespeitar e que já bastou que um de nós o fizesse. Sei que nem todo o amor do mundo me faria continuar a amar quem não me consegue ver, nem reter depois de me ter olhado. Sei o que me ensinaste, a não confiar.
Vieste, mas demorou demasiado tempo, e não pareces ter forma de me convencer que me queres o bastante, para reagires ao que quer que te magoou. Vieste, é um facto, mas já não foi igual...
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