Não tínhamos programado nada. Estava no começo do meu desconforto quando resolvi que teria que te ver. Nem sempre conseguimos estar juntos, mas quando e de cada vez que seja possível, quero tornar a nossa vontade uma realidade!
Fiz o percurso a sentir que já sorria por dentro, numa vontade e urgências que só me poderiam dar o melhor de ti. Telefonei-te, apenas para saber onde estavas e resolvi surpreender-te, seguindo num misto de receio de que já não estivesses e ansiosa para que não saísses do nosso lugar, do primeiro e o que nos carregará para sempre, porque foi ali que nos olhámos, tocámos, mesmo que de mansinho e vimos correr o rio. Senti que acelerava, o carro e o meu coração, desejando poder ter mais asas dos que as que uso no sonho. Senti-me mais perto e consegui ver-te enquanto te procurava. Imerso num livro e levantando de quando em vez a cabeça para veres quem passava e talvez para desejares que passasse eu.
Estava nas tuas costas, quieta e a tentar recuperar o fôlego da pequena corrida que dei, não fosses escolher partir. Não falei, nem precisei de o fazer, porque te voltaste quando me sentiste a olhar-te, bem no cimo da nuca, falando-te sem palavras. O que se seguiu foi o que sempre esperamos de cada vez que não nos temos. O teu beijo quase que me tirou o ar, e eu soube que te tinha sabido bem a surpresa e o cuidado que já ponho em tudo o que faz parte de ti. O abraço parecia nunca mais terminar, mas depois dele ficámos, ambos, revitalizados para mais um dia.
Gostar de ti, assim, começa a ser o que já sei fazer bem!
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