O que podes fazer, quando nada parece poder ser feito para que a tires da cabeça? Como é que arrancas a mulher que arrancou um pedaço de ti e o levou para onde nunca mais os vistes, a ele e a ela? De que forma te podes sossegar, repousando a cabeça no colo que te pertence e parando de esperar?
És do formato que te passaram, dizendo-te que teria que ser assim, sem que tivesses podido reclamar e agora, agora que não pareces pertencer a lugar algum, ressentes-te da falta do guião, não sabes improvisar e perdes-te nos caminhos, porque nunca chegaste a saber quais te pertenciam. Não te reconheces neste novo modelo.O relógio não parece ter as mesmas horas e as que te sobram são demasiado solitárias.
Tanto que ainda precisas de aprender, viver e entender. Tantas que são as palavras cujos sons não se encaixam, porque as que usavas eram previsíveis. Tantos os amores que deixaste de viver e tantos que nunca serás capaz de receber...
O que podes fazer, quando nada parece poder ser feito para que a tires da cabeça? Aceitar que ainda não chegou o tempo e que quando acontecer, saberás, sem qualquer dúvidas e poderás então voltar a viver.
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