Sou realmente feita de instintos, emoções e sensações que já não descarto. Agora, e depois de ter aprendido tanto sobre mim, sei que os sabores que se me colam, na boca e na alma, são os que terei que entender, descortinando o que significam, porque por norma significam que preciso de me proteger, quase sempre de mim mesma, do meu arrojo e da minha capacidade de acreditar que existe quem exista para mim.
Os sonhos são símbolos, imagens do que vivemos e ainda nos falta experimentar. Os sonhos carregam o que gostaríamos de fazer acontecer e os desejos mais escondidos, os que não contamos a ninguém e que nos pertencem por inteiro. Os sonhos também nos enganam, não intencionalmente, apenas porque escolhemos legendá-los como nos serve, aparentemente. Sou sonhadora sim. Sou romântica. Sou das que acredita nas essências que não se corrompem, mas sou lutadora de escudo e espada e é por isso que nunca me permito descansar demasiado.
Se sou feita de instintos e eles me gritam que estou na red zone e que posso mais rapidamente cair do que saltar, fico mais alerta e passo a prestar atenção a cada sinal, toque, palavra e falta dela. Se sou feita de instintos e eles nunca me enganam, não posso querer enganar-me perante o óbvio e olhar para o lado fingindo que não vejo, ou não percebo o que está ali, aqui, comigo, agora...
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