Estou a olhar para o aviso, que vai rodando e rodando, mudando de cor e dizendo-me que tenho uma nova mensagem. Estou a olhar há dia e meio, sem qualquer coragem de a abrir. Sei que é tua. Sei que me vai perturbar. Sei que não vou conseguir apagá-la sem a ler e também sei que estou apenas a adiar o que terá que acontecer.
Tens uma nova mensagem. Parece uma profecia e parece o que é na realidade, um novo recuo, como todos os outros que já tive, de cada vez que li um olá teu. Tu és um eterno indeciso, o gato que pula todas as cercas mesmo tendo imenso espaço no quintal. Nada contigo é certo ou determinado. Queres quando te apetece e deixas de querer assim que se torna difícil.
Mas o que é que eu faço de cada vez que queres saber qual a minha sintonia? Respondo-te. Dou-te a corda com que me apertas o pescoço, impedindo-me de respirar.
Tens uma nova mensagem. Já sei. Como sei também que nunca me trouxeste nada com a devida consistência ou segurança. Tudo contigo foi sempre demasiado fugaz. Nada do que eu queria bastava para que o quisesses. O que eu imagino que fomos, nunca existiu dos dois lados, por isso quem quero eu continuar a enganar?
Já sei que tenho uma nova mensagem, mas desta vez decidi que não tinhas mais nada para me dizer. Delete!
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