Quem me salvou, de mim, foste tu, com esse amor imenso e com cada umas das certezas que me fizeram confiar. Quem me ensinou de que forma me posso libertar, dando-me a quem me deu tanto, foste tu, tu e esse olhar que me desnuda e faz parecer ainda mais pequena. Tu que me tocas nos lugares certos e me passas arrepios que me libertam do passado e de tudo o que outros não souberam fazer. Tu que me ensinas a usar os movimentos que nos movimentam bem mais do que o corpo. Tu que me sorris para que me tranquilize e te ame de volta. Quem me salvou estava à minha espera.
Nunca, em momento algum deste meu percurso já longo, tive comigo e em mim, alguém que me soubesse ler tão bem. Contigo não existem perguntas. Contigo as conversas são fluídas. Contigo as mãos não se soltam e os beijos não se roubam, dão-se e sentem-se muito antes de começarem. Contigo eu não preciso de querer mais, porque já tenho bem mais do que preciso. Contigo o rir é genuíno e as lágrimas são de um prazer sem legendas.
Quem me salvou estava à minha espera e sabia dos que iriam falhar. Quem me salvou amou-me sempre, muito antes de eu saber o que significa palavra tão pequena. Quem me salvou, de mim, entrou, instalou-se recusa-se a sair.
- Eu sei quem és pequenina. Sei tudo, até o que ainda não descobriste. Podes fechar os olhos e descansar, cheguei para te levar de volta a casa.
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