Nunca sabemos quando podemos, de repente, ficar sem tempo, sem chão, ou sem projectos, porque todos os que nos atrevemos a fazer, por vezes simplesmente caiem.
Aprendi a deixar-me ir, sem demasiadas promessas, apenas a ser todos os dias mais um pouco. Vou-me levando e ajudando a que saiba onde pisar, mesmo que erre pelo caminho e é claro que erro muitas vezes ainda. Parece-me demasiada pretensão achar que controlo alguma coisa, mas se perder a convicção de que o faço quando o desejo, passarei a sentir o tempo fugir-me, mais rápido do que o faz já.
Não quero ficar sem tempo para mim. Não posso deixar para trás o que me faz feliz, mais completa e capaz de superar cada revés. Não quero tornar-me amarga, zangada com o mundo e com quem parece proliferar de forma negativa, como o fazem alguns cogumelos selvagens, muito bonitos à vista, mas extremamente perigosos e até mortíferos. Não quero deixar de querer quem me quis, sem que o pedisse, mas que acabou por se instalar.
Sem tempo para mim deixou de ser desculpa e mesmo que nunca a tivesse usado, conscientemente, agora todos os segundos que sobrarem serão meus primeiro. Poder, só que seja olhar para onde há verde e brilha o sol, sem que nada ou ninguém me cobre, e de forma tão tranquila que sinta rejuvenescer cada célula, passou a ser uma prioridade e um desejo que sei como manter vivo. Sem tempo para quem amo também não será mais possível, porque o que faz de mim este ser que parece ter reservas infindáveis de amor, é todo o amor que sei que me tem. Sem tempo para o meu tempo, "never again", já tenho o calendário bem delineado, agora só tenho que o seguir, olhando-o todas as manhãs, não vá o meu cérebro pregar-me partidas.
As promessas que precisamos de aprender a cumprir terão que ser as nossas, porque depois de o conseguirmos, nada mais voltará a ser tão difícil que nos afaste, irremediavelmente, de nós. Eu comecei a fazê-lo, no primeiro dia do resto da minha vida!
Sem comentários:
Enviar um comentário