- Lembras-te de ter ter dito que não estavas preparado para mim?
- Sim, claro, ouvi-o várias vezes.
- Então vou refrasear. Sou eu que não estou preparada para ti, não sei como se faz, como se convence alguém a que se convença a si mesmo. Não sei como se usam as palavras certas, sem assustar, sem que se seja julgado e sem que se tenha apenas menos do muito pouco que acaba a chegar.
- Porque insistes em dizer que não estou à altura?
- O que eu digo é baseado no que tu fazes, e a verdade é que nunca estiveste, em momento algum. NÃO, espera, não quero ser injusta, estiveste sim, quando desejaste, desesperadamente, ter sangue novo, diferente de todo quanto tiveste a escorrer pela boca. Quando te moveste, a uma velocidade estonteante, para estar onde estivesse eu, quando sentiste que te poderia escapar entre os dedos sem que o pudesses evitar, aí, SIM, estiveste, tão à altura, que até consegui acreditar.
Eu sei por onde começava, hoje, se pudesse voltar atrás no tempo. Começava pela recusa, FIRME, começava por um "vai passear" tão determinado, que nem a tua suposta curiosidade conseguiria resistir. JURO que não sou uma mulher amarga, mas é que até eu tenho limites. Até eu falho ver o óbvio. Até eu sou enganada e isso magoa-me, claro, mas se tudo acontece, realmente, por alguma razão, eu estou a começar por entender qual foste tu. Quando descobrir aviso!
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