Não, não és tu! O toque não é igual, o cheiro não se me entra dentro, nada me faz arrepiar nem querer mais, não és tu.
Os laços demoram a criar-se, as palavras têm que se acertar, a pele precisa de se reconhecer, e por vezes não é de imediato, mas quando acontece, cola-se, fica e recusa-se a sair. O processo de receber uma pessoa na nossa vida vai muito para além do corpo, tem regras muito próprias que nem se encaixam em regra alguma, faz de nós os seres mais tolos do planeta, ou os mais completos, mas qualquer que seja a variação, andar de corpo em corpo, não é para todos e a acontecer, suga-nos a alma.
Já provei deste sabor novo, mas não gostei. Não foi bom, fez-me arrepiar e não de prazer, doeu-me com uma dor que não consegui distinguir, que me deixou num vazio, num lugar que não conheço e continuaste a não ser tu.
Por vezes dou comigo no duche, a lavar a pele até que me doa, porque precisava que saísses, que te fosses. Gostava que parasses de me ensombrar. Que me permitisses simplesmente voltar a viver, a ser de outro e a encontrar a vontade de ter vontade, mas não me saio bem, não parece resultar e já sei que se não fores tu, não vou poder estar com mais ninguém, não agora e não ainda...
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