Estamos tão embrenhados nos nossos hábitos, que nos impedimos de mudar de rua, de olhar para outra pessoa e de a deixar "entrar". Não sou das desconfiadas crónicas, não tabelo todos pelo mesmo, por norma, e até prova em contrário, acredito na boa fé dos outros e por isso acho que estou, habilitada a receber-te, dando-te algum crédito, ouvindo-te, sem falar, até que te possa avaliar.
Falaste-me no tempo e em como ele teima em correr rápido, forçando-nos a uma distracção letal. Falaste-me no que já fomos antes e de como os nossos sorrisos eram genuínos. Falaste-me, para me lembrares, de como já gostaste, tanto, de mim, que só poderias ter tido outra chance, sobretudo por acreditares que a vida não ta poderia recusar, não para sempre, e não porque nunca te atreveras a esquecer-me.
- Se me permitires começar por ser o amigo que te falta, se deixares que eu te prove que posso amar-te como esperaste, todos estes anos, eu prometo que me empenharei, a 300 por cento e que não te desiludirei um segundo que seja.
- Se me prometeres que serei a tua única mulher, se me souberes ouvir o bastante para me entenderes. Se nunca fugires de "nós" e nos incluíres, aos dois, em cada decisão, prometo que me empenharei a 300 por cento e que não te desiludirei na tentativa de te amar como me amares a mim.
Selámos o pacto, não com um beijo, que até já sabemos ao que sabe, mas com um aperto de mão, confiante, e deixámo-nos rir, soltando uma gargalhada que fez a chuva desaparecer, por breves segundos.
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