Estávamos tão próximos que nos conseguíamos ouvir respirar. Os meus olhos não se desviavam dos teus e parecia estar a ver-te pela primeira vez. Que saudades tuas, tantas que seria capaz, se ao menos tivesse coragem, de te abraçar, implorando-te que ficasses. Estávamos tão próximos e nenhum parecia saber o que dizer, o que perguntar e como começar o que já julgávamos ter terminado.
- Sabes que te vou amar para sempre, não sabes?
Já não aguentei mais e permiti-me chorar por todos estes meses de afastamento imposto, por ti, porque pudeste decidir e não o fizeste a nosso favor. Já não aguentei porque nunca fui importante nesta relação, tomaste sempre a dianteira e ditaste as regras que tive que cumprir. Senti-me a rasgar por dentro e as pernas fraquejaram perante a violência das palavras, porque amar-me para sempre sem me querer ter é mais do que consigo suportar. Permiti-me a fraqueza que me devolveria a força e mostrei-te que afinal também sofro, sou humana e preciso que me saibam proteger e entender. Os segundos pareceram-me horas, mas assim que me recompus e afastei de mim, dos meus sentidos e de todo o desejo acumulado, o teu cheiro, endireitei as costas, afastei os cabelos que se tinham colado aos lábios molhados de tantas lágrimas e olhei-te como sei que nunca mais voltarei a fazer...
- Não quero saber do que pareces saber, porque não quero amar-te para sempre, amo-te agora e ainda, mas preciso de continuar a viver, e vou ter que te responder que não sei se amas, porque amar meu querido, não pode ser isto nem assim.
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